quinta-feira, 22 de abril de 2010

Terremotos Emocionais

Tento me livrar de metáforas e linguagens figuradas, mas é assim que se formam as idéias na minha cabeça e não seria diferente agora. Estive compartilhando os paradigmas do espírito, do nosso interior, nada freudiano ou coisa do gênero, somente as agruras normais que nos habitam, com uma amiga da qual muito estimo. Daí imaginei (como essas crianças que se põe a criar figuras nas nuvens) que existem fenômenos parecidos com os geológicos dentro de nós. O objeto da discussão me remeteu a um terremoto.

Nunca esperamos que aconteça, mesmo dando sinais, e de modo catastrófico vemos tudo aquilo que estava em ordem ruir abaixo. Sentimentos que com um trabalho hercúleo construímos agora são nada mais que escombros, fragmentos de uma vida espalhados como peças de quebra-cabeça. As colunas do amor agora não passam de cacos e o que outrora fora uma sustentação tornou-se um peso, nada mais que blocos pesados de mágoas causando-nos dores lancinantes. Em um gesto desesperado nos atiramos em busca de vida, compaixão, compreensão. Qualquer sentimento que nos dê esperanças de sairmos e recomeçar.

Esperamos por socorro. Alguém que nos ouça, que nos estenda a mão. Um filete de luz na penumbra do nosso interior. Quando saímos, olhamos para o entulho de sentimentos de que fomos resgatados e custamos a acreditar que sobrevivemos. Tudo o que queremos agora é reconstruir. Essa é a lei. Curar nossas feridas. Ajudar outros a se curarem e certamente veremos as colunas se reerguerem.

Robson Perez

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