terça-feira, 18 de outubro de 2011


Bolinhos de chuva

Já havia me esquecido como bolinhos de chuva aquecem a alma. Minha mãe ensinara a fazê-los por uma questão de quase sobrevivência. Eventualmente a escassez rondava nossas dispensas, fato que nos fez criar subterfúgios para driblar aquela fomezinha e de quebra ganhar um acalento, até porque os  bolinhos de chuva eram quase abraços dependendo do momento.

Na minha adolescência meus pais viajavam constantemente e eu tinha que ficar para cuidar dos negócios e de uma casa modesta de cinco quartos, isto é, por mais cheia que a casa estivesse era uma tarefa hercúlea não se sentir só. Eu dependia do dinheiro na movimentação dos negócios então conheci o tal de Murphy e sua lei. Aí entra o bolinho de chuva. Não era incomum faltar ingredientes, mesmo assim seguia com a receita desfalcada. Quando os colocava para fritar imaginava as figuras que se formavam na panela como quem olha as nuvens no céu a formar bichos e outras coisas insólitas, isso tudo pela ausência  de ovos ou fermento, não me lembro ao certo.

Contudo isto não é sobre bolinhos de chuva e sim sobre amizade. Por quê?! Se não fosse minhas amizades acompanhando àquela iguaria não estaria completo. Minha saudosa amiga Patrícia Lima que ajudou a completar a receita muitas vezes trazendo sua doce e agradável companhia refez este gesto através de uma rede social...

...Se não me engano era assim: 1 xícara de farinha de trigo, 1/2 xícara de leite, 2 ovos, 4 colheres de açúcar e 1 colher de sopa de fermento em pó, Ah! E excelente companhia.

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