sexta-feira, 17 de junho de 2011

Conhecendo o Multiverso


Canetas e gizes coloridos. Repousado sobre a mesa um grande pedaço de papel em branco. A missão — Preenchê-lo com desenhos de todos integrantes de um grupo do workshop de competência em liderança.. Uma tarefa lúdica e pueril. Após comungarmos da idéia de um desenho abstrato todos se prostraram e deram início ao intento. Alguns foram mais relutantes, outros mais impulsivos e teve também quem se pôs somente a observar.

Linhas sinuosas e representações feéricas iam lentamente ocupando o espaço estéril. Os matizes se entrelaçavam sem nem uma pretensão de padrões ou congruência. Figuras dóceis, agressivas, singelas e de todos os tamanhos e formas.

Por vezes algumas canetas se chocavam no cumprimento do objetivo. À medida que avançávamos, tornava o espaço exíguo e dificultava a inserção de novas gravuras, alguns cotovelos se esbarrando, um risco não programado, uma idéia não compreendida ou mesmo a resignação de contribuir para o que posteriormente nominamos de “Multiverso”

Demos o pronto da missão seguido de avaliações ora explícitas, ora obscuras. O desenho, fruto de uma imensa simbiose, rompeu os limites físicos daquela folha de papel e continuou se expandindo por corações e mentes. Entretanto não estávamos em branco. Conceitos, verdades, ilusões, certezas era o conteúdo que se entrelaçava com um mundo desconhecido. Houve quem perdesse o norte exibindo desorientação sem saber que rumo tomar.

Chamei esta dinâmica de desnudar a alma. Sem exceções, todos foram tomados de uma agonia ao serem definidos por figuras, comportamentos e atitudes ali empregados. Alguns sentiram não só a alma, mas também como se estivessem nus fisicamente, tamanho o constrangimento.

Lidar com nosso desconhecido, isto é, o nosso abstrato se tornando concreto provoca um medo paralisante Há quem queira desistir. Há quem não saiba o que fazer quando retomarmos do que mais parece terapia em grupo.

. Embora este relato pareça em demasia dramático, foi o resultado de uma dinâmica com um poder inimaginável para nós. Naquela folha estavam falhas, egoísmo, inépcia, magoas, fúria. Dizem que é como se olhar no espelho, porém é muito mais que isso. No espelho nos olhamos diariamente, o que não ocorre com amiúde quando olhamos para nosso interior. É de uma estranheza imensurável. Entretanto naquele papel também estavam esperanças, liberdade, alegrias, posicionamentos e muita, mas muita vontade de acertar.

. Sei que como as linhas que compuseram o desenho são infinitas, nossas possibilidades também são. Contudo olhemos aos outros e a si mesmo como um maravilhoso projeto do qual nunca acabaremos, mas  que a cada estágio agreguemos valores e regozijemos dos feitos alcançados. Tracemos com todas as cores a figura da felicidade em nós, pois este é nosso objetivo maior, o projeto chamado “VIDA”.

Este texto se refere à dinâmica de grupo do workshop de competência em liderança ministrado pela Drª Maria Cláudia Tardin Pinheiro.

De todas as dinâmicas empregadas, visivelmente esta foi a que teve o maior impacto sobre os participantes.
                                                                                                    
                                                                     Por Robson O Perez

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