domingo, 18 de abril de 2010

Quebrando as regras.

Venho me dedicando a escrita mais do que deveria. Talvez seja uma maneira de diminuir os lucros da indústria farmacêutica das quais eu vinha fomentando, já que minhas noites insones e algumas tardes domicais tediosas se tornaram uma motivação para esse “hobby”. (Ops! Não pode estrangeirismo né?) Porém, entretanto, todavia não tenho um envolvimento muito intimo com o português. O mais perto que eu cheguei disso, foi um caloroso bom dia ao Manoel, grande amigo lusitano.

Leio desde os cinco anos de idade e tive o orgulho de ser alfabetizado pela minha mãe _ela não agüentava mais eu pedir que ela lesse todas as placas na rua. Isso em muito me ajudou, viajava nas Aventuras de Gulliver, O Pequeno Príncipe e quase toda a coleção Vaga-lume. Quem não se lembra do Escaravelho do Diabo? Isso mesmo aquele dos ruivos. Mas isso não quer dizer que se você me perguntar sobre as benditas regras gramaticais saberei respondê-las, bom e se o fizer serei um sujeito oculto.

Escrever alguns parágrafos já tinha se tornado habitual até que uma professora fez a física quântica soar brincadeira perto da língua portuguesa. Quando ela pedia que escrevêssemos uma sentença parecia, pelo menos para mim, de morte. Lembro quando um camarada levou o parágrafo para que ela corrigisse e emendou com um motivador: __Olha está tudo correto. Mas é um textozinho sem personalidade hein! E eu que não sei o porquê, seja ele junto separado ou acentuado, me amedrontei. Após o ocorrido os objetos do meu texto, diretos ou indiretos, sumiram. Achei que eu não tinha predicados suficientes para arte literária. Para se ter uma idéia, toda vez que eu queria saber onde por a vírgula eu fazia aquelas pausas de respiração. Quem olhava não sabia se estava fazendo ioga ou escrevendo.

O fato é que mesmo sem entender uma vírgula voltei a escrever. E sem a pretensão de ser mais-que-perfeito. Que se dane! Não vou deixar nenhum travessão no meu caminho. Tomo para mim a licença poética, como O grande Chico Buarque, que rima futebol com rock and roll, e também: __ se tô triste peço um copo tô alegre ma non troppo... Ainda assim ele continua sendo ovacionado como “O poeta”. E o que falar do brilhantismo de Macunaíma, de Mário de Andrade? Pois é, termino aqui esse desabafo que foi muito terapêutico para mim e sem desembolsar um real. Bem... Tá na hora de dar um ponto final nisso.

Robson Perez

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